domingo, 11 de maio de 2014

Na oscilação do eu

Hoje resolvi fazer algo que há muito tempo queria, mas a facilidade de outros meios e a preguiça sempre foram maiores. Caminhei do Santa Monica ao Umuarama a pé e de pé, e para que isso? Para escrever aqui umas bobagens ou falar de tamanho feito, que não é tão tamanho, 1 hora de caminhada, tudo bem já entendi não é bem isso...

É que precisava me restabelecer, refletir, colocar a cachola no lugar, nisto eu necessitava estabelecer metas, o que eu almejo como homem e ser. Na metade do percurso digo que não conseguirei, cansarei e irei parar para respirar, não! Isso só acontece com aqueles que realmente não querem alcançar seus objetivos, é preciso força de vontade como sempre. Percebo que a vida não é uma estrada retilínea, é uma estrada brasileira cheia de obstáculos, esburacada, com aclives e declives. Nada tão sofisticado e nada tão fácil.


No que agora eu sinto que sei até demais, quando na verdade sempre me sinto pequeno, e no que eu tanto mudei e talvez não é percebível. De um tempo que já se foi, acreditava que haveríamos de mudar isto aqui. A nossa própria consciência, mas não. Fico diante de multidões observando o meu espectro no olhares de cada um, esperando por uma descontração, alguém a dizer:

- Ânimo garoto, levanta, segue a luta.

Fico até com os conhecidos, imóvel, calado, uma nuvem de sugestões me vem na mente, falares, diálogos, a vergonha, e principalmente o respeito, como assim? Respeito pelo espaço do outro, pela razão do outro, quando eu diante de um esporro, de uma dura, de advertência ou simplesmente de um questionário crítico, eu fico calado, deixo a razão para o próximo, sinto-me assim novamente pequeno, inferior. Prefiro assim parecer, é melhor, para quê e por quê? Demonstrar que é tão feliz, que está bem bebendo disso aqui, comendo disso dali, com garotas e afins, o meu amor é sincero... Quando eu por não gostar de me pertencer a nada, fico diante de mim mesmo, no fã clube de meu espelho.

E até meu pai diz que mudei, meus amigos também, agora mesmo, raros e poucos são fieis a ponto do desencontro emocional. Homem sensível, minha amiga disse-me na sexta. De poucos palavras para alguns, reservado, e para uns inquieto, falador, não sossega no mesmo lugar, é este segundo 'eu' que relembro meus tempos de criança, quando fui diagnosticado com imperativismo. E agora nesta vida adulto onde é que me encaixo?

Chega a ser irônico, diante destas oscilações, é mais um dia, claro que é. E certamente é dia das mães, cara como é ridículo isso e todas as outras datas, minha mãe não foi feita para vocês dilaceradores de carteira a roubarem de mim e dizerem compre um celular marca tal, modelo tal, nesses dias da mães não seja o filhinho bobo que só dá um abraço, dê o que ela merece com o novo kit higiene pessoal e assim em outros exemplos. A merda vocês, na irrelevância de se mostrar tão aparentemente ótimo. Ela é minha, ela é única, não se abaixem e deixem se levar pelas pseudobrigações que os comercias passam.

Queria mesmo era demonstrar mais, extirpar este complexo de superioridade. Melhorar meu conceito de sala, de padrões concretizados por habitantes inóspitos. E quando alguém me diz: "Jesus te ama", eu penso logo na falta de coragem e no receio de que ela própria não conseguiu dizer: "Eu te amo". Por que é necessário amar em vida para depois dela ter a divina recompensa? Quanto eu. Isto me incomoda, tudo é justificado aos olhos de Deus. "Graças a Deus consegui a vaga de emprego", ou até dos bens materiais, "Foi Deus que me deu", ou pior quando na guerra ou no esporte, as preces são para o time ser campeão ou ele ficar do "nosso" lado na vitória. E quando mais os fracassos também são assim, "Não consegui porque Deus não quis que eu conseguisse agora" ou "Deus sabe o que faz". Queria que as pessoas admitissem mais suas próprias conquistas e derrotas, e não que tudo fosse justificativo a um terceiro elemento. E como eu li em certo lugar que as mãos que ajudam são mais sagradas que os lábios que rezam.

E aqui vem minha última oscilação de que logo chegado em casa, a satisfação de estar perto foi gratificante, e quando sentei em minha cama, meta cumprida, agora é projetar isto em anseios e ambições, só tomara que a preguiça e vontade de não fazer nada se misturem de bom grado e partam de mim.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Segunda-feira, conversas acerca da sexualidade.

Ontem ficamos falando besteira pós aulas da tarde. Estávamos esperando em frente a um supermercado, é que tinha dito a minha amiga semana passada que de tardinha havia visto um rapaz vestido de Batman vendendo churros, imagine a cena. Ela ficou com vontade então da tal guloseima. Fomos para lá esperar o Homem-morcego: Eu, um outro amigo e ela. Ainda não tenho carta ou carteira de motorista, talvez conte meu drama e meu fracasso de não ter a habilitação em outra postagem, portanto meu amigo nos levou e ficamos ali dentro do automóvel aguardando.

Quando junta uma gente boa de conversa, vocês já devem saber. Tudo liberado para se dizer sem constrangimentos. O assunto era como conquistar mulher e se relacionar nesses tempos modernos, onde o feminismo está em alta, e isto é bom, claro que é quando não há exageros de ambas as partes, mas veja bem como chegar a uma mulher dizendo que ela é bonita, simplesmente para fazer ela pensar que "bonita" está sendo usado como adjetivo e não como um cortejo convidativo para uma pegação mais tarde? Complicado, não que nós homens não queremos isso, mas parece que chamar de "gostosa", o que acho vulgar, está já com a mesma frivolidade de bonita. Já nem sei mais como agradar mais, talvez o melhor sempre será timidez mascarada de mistérios no velho "oi" e "tudo bem?".

E o que a sexualidade difere para os dois gêneros? Já sabemos preza-se o homem bem dotado, entenda em ambos os sentidos, de talentos na arte da sedução, nos seus números, com quantas já se satisfez. E a mulher? Prioriza aquela voltada a esconder de seus atos, para não ser tachada depois erroneamente com palavras desrespeitosas. Isso é tão incoerente, e olha que desta vez a incoerência não é minha, mas se ambos sexos sentem desejos, vontades e prazeres na intimidade de quatro paredes, me pergunto quem sai perdendo? O homem, claro. Olhe só a masculinidade sempre terá um único hormônio que irá manipulá-lo até que ele consiga liberar suas "sementinhas" e se você simplesmente irá dizer que elas não podem ter a mesma quantidade de relações por noite ou por ano, como é que você mesmo irá se ajudar. E elas? Dois hormônios: estrogênio e a progesterona. Uma loucura que dá dó, não é fácil sangrar e renascer todo mês, que bela metáfora, quase uma fênix da... já chega. Mas é bem verdade que há dias que elas estão carentes como nós homens ficamos a vida toda, é não negue sentimentos. Ser sentimental é algo que deve ter coragem para assumir quando se é provido de testículos, por isso não tenha vergonha de se declarar. Elas adoram, pelo menos as verdadeiras, os que são sinceros, e digam de peito aberto o que sentem a cada instante. Mesmo que as duras penas, eu já tenha aprendido que tudo que é repetitivo e exagerado canse ao ouvidos

Porém não era este aspecto que queria abordar, bom o batman do churros não chegou, mas apareceu um outro rapaz vendendo abacaxi, nos abordou insistindo vender, não e não, chegando a oferecer um pedaço para provar que estava doce, não e não. Que cara chato. Passado mais um tempo nada do homem morcego para tristeza da minha amiga. Decidimos ir logo no supermercado comprar algum doce, bolo, para substituir a vontade inicial. Compramos um bolo com pudim em cima (bolodim). Ao sairmos do supermercado fomos abordados novamente pelo rapaz do abacaxi, desta vez ele disse algo que me intrigou depois:

-Ei não vai comprar um abacaxi para a namorada?
- Ela não é minha namorada.

Ele ficou quieto, ele iria retrucar com outra frase tentando convencer a vender ou sei lá o quê. E foi aí que resolvi escrever o que me intrigou. Isto não é a primeira vez que estou com uma amiga e alguém do sexo oposto em algum lugar público diz algo pensando que ela é minha namorada. Foi aí que refleti como é estranho que é só o homem estar com um mulher ao lado para os outros pensarem que ela obviamente pertence a ele, como se só a mulher pudesse ser do homem, e ele tivesse o privilégio da recompensa de ser elogiado por sua conquista. Por que raios não posso pertencer a uma mulher? E alguém dizer a ela, o que vai dar de presente para ele? Parabéns sua 'garanhã', pegou um peixão. Como se o óbvio é o homem ter que gastar com presentes e agrados para manter a relação. Tudo bem, nada que um homem não possa ser gentil e pagar a conta do restaurante, meu pai mesmo já me ensinou assim: "Sempre pague, nunca deixe que ela pague". Mas como citei inicialmente em tempos que as mulheres conquistam cada vez mais direitos iguais fico sem saber o que fazer, dividir a conta, pagar 60 ou 70% para compensar o direito igual delas com o meu quesito de gentileza? É um grande duvidar. E olha já passei da ideia do pertencer para o dividir, agora qual será o próximo? Compartilhar? E por que não? Compartilhar por ideias mais justas, e reflexões mais coerentes, mesmo que este blog seja sobre incoerência, acerca dos sexos.

Bom ficou um pouco fraca esta postagem, ainda há outros aspectos que me intrigam a respeito deste assunto sobre feminismo,
igualdade entre gêneros, sexualidade, e injustiças que nos homens cometemos, mas deixo para outras postagens que vierem a surgir, fazendo análises mais minuciosas daquilo que nos rodeia.



sábado, 26 de abril de 2014

Sábado a noite e eu aqui.

Estou deitado em minha cama ouvindo Lana Del Rey, culpa de uma amiga que me influenciou a ouvir tal diva Elizabeth Woolridge Grant. E agora ela neste exato momento, cinco minutos para meia noite, ela está em uma festa, minha melhor amiga. E eu aqui novamente marcando bobeira, mas veja bem é uma boate famosa por ter gente alternativa. Digo já fui lá, é um ambiente ótimo para quem consegue gostar de ambos os sexos. Claro, ela me disse: "Depende o dia, que você vai". Acho que não sou muito de sair para ficar em um espaço apertado ouvindo em alto som por um(a) DJ a batida da noite. Prefiro curtir um show, um pub com alguma banda cover, não vejo muito sentindo em ficar ali ao redor de várias pessoas desconhecidas ouvindo uma playlist do MediaPlayer, ainda mais quando as músicas são totalmente desconhecidas de ti.

Pare com isso, vá conhecê-las agora é o que a bebida clama pela minha falta de iniciativa. Só que estou aqui em pleno sábado, tudo bem. Agora já passou da meia noite, bem vindo domingo, e já já começa tudo novamente, faculdade, aulas e mais aulas. Slides, powerpoint, datashow. Vamos, vamos crescer, ter sucesso profissionalmente. É isso o que estão lhe investindo. Me preocupa agora pensar, que minha amiga está plenamente se divertindo sem ligar pro amanhã, nenhuma preocupação a pensar.

Tudo bem, vamos caminhar, aguentar novamente a rotina. Tinha comprado duas latinhas de cerveja para tomar, mas como antes não consigo sentir tanto o efeito do álcool, e não é por isso que deveria passar de duas, três, quatro... por favor já chega para mim. O que me faz perceber que eu gosto dela, que a amo. Sábado a noite, "Kiss me before you go". Vou pensar que estou bem, que nada vai me impedir de ter um bom salário, uma vida confortável. É isso que esperam de mim. É isso que poderia dar de melhor a quem será o meu cúmplice.

Qual será a música que está neste momento tocando lá na boate? Aqui agora toca "Video Games", a música favorita dela, a que mulher maravilhosa ("It's you, It's you. It's all for you"). Será que deveria dormir agora? Esperar pelo melhor? Ou cair de vez na cilada de mandar uma mensagem via celular para ela, fingir que estou escrevendo na expectativa de se ver melhor. Eu disse no começo que seria incoerente, e o que faremos então?

Tudo são questões, mas o que estou fazendo exatamente aqui? Vamos, vamos com isso, agora toca "Lolita", um de seus livros favoritos, assistimos metade do filme em casa, não lembro já porque ela teve que ir embora, sabe não fiquei afim de ver o restante depois disso. "Kiss me in the D-A-R-K tonight".

Já percebeu que estou ouvindo o disco "Born to Die". Talvez seja exatamente esta questão: nascido para morrer. Mas pelo quê, por quê? Quem é que irá nos ver no final, senão nós mesmos?.. O que ela será que está pensando? Já esqueci nossa conversa de ontem e os tópicos importantes. Droga sempre tão premeditado antes de agir, agora tão mais calado, queria ser só assim ser com meus devidos sentimentos quando me falta ar para raciocinar o momento que poderá vir a ser consequência do que deixei de ser.

Aí que está o maior erro de ficar muito tempo sozinho, é que você fica um tanto pensativo, e começa a olhar todos como se estes não fossem capazes de pensar, quando esta na 'night', como costumam dizer. Olha rostos fugazes, leves 'swings', e não ser capaz de dançar tão fluidamente. Que garota linda, vou com ela conversar, belo par de seios, ótimo lábios, mas espere... ela, sua amiga, não irá sair de sua cabeça. Sábado a noite, ninguém para conversar, somente a tela brilhante do LCD do notebook. E se nós vivêssemos na época do LSD, garota, nos teríamos uma vida melhor? Você tão pequena, certa de si mesma, de suas escolhas. Não consigo te tirar do sério, do que me recorda os bons tempos, belos momentos... E agora tudo é tão escuro, talvez seja porque estou encalhado debaixo de um cobertor, aquecido por meu próprio calor. Não era bem isto que queria.

Vou procurar não corrigir tanto os erros, de ser o perfeccionista, aprendi que isto não irá fazer tanta diferença em te convencer que poderei ser o melhor pra ti. E espere! O que você, agora, lendo tem a haver com este notório, não sei. É que já faz um tempo desde do começo do texto, que devia ter dito de uma vez, isto não se trata de fantasia ou retórica sentimental. É só que é domingo de madrugada e ficarei pensando nela, nos seus movimentos, ações, e risos. Tão descontraída... Boa noite então
Por quê?

Bom vou tentar explicar o motivo do nome do blog e o que planejo escrever por aqui. Sempre fui um garoto muito bem tratado, tenho uma família excelente, faço faculdade, só que nos últimos dias, para não dizer meses, tenho me sentindo desligado de tudo o que me prende fisicamente a Terra. Calma, não é nenhum tipo de tristeza, é só uma sensação de incoerência com a vida que estou tendo. Resolvi então escrever. Gosto de escrever, já escrevia antes, mas nada muito sério, só algumas bobagens, pequenos versos, e algumas cartinhas que fazia para declarar o tanto que amo as pessoas ao meu redor, coisa bem normal, clichê, ou pegajosa. É um tanto besta isto de dizer, mas é verdade. Não sou tão escritor assim, mas algo me incentiva a escrever, o que eu sinto e o que penso. Talvez estes dois aliados meus, muitas vezes rivais da minha sanidade, ajudem-me a fazer várias postagens por aqui.

Então tudo bem, já sabemos da incoerência, pois eu sinto isso em tudo o que vejo, nas ruas, nas pessoas, nas notícias, nos julgamentos, em si na própria sociedade, e eu queria não usar esta última palavra, pois ela já está tão banalizada, sempre sociedade, ela é isso e aquilo. Não gosto de ter certa intimidade com ela, por isso vou evitar de usá-la, logo mais vocês irão saber mais sobre incoerência, que no final até que alguns mais cultos poderão concordar que este termo pode na verdade estar até com certa coerência. Ótimo, mas veja bem ainda não falei da premeditada, certo? Um tanto é que faço de propósito quando escrevo, e não sei dizer, uma série de enxurradas de pensamentos que para alguém que está lendo, pode não haver relação entre um e outro, e é justamente isso o que quero. Mas quem é o louco que iria ler, ler e não entender algo, não conseguir tirar suas conclusões do que você quis dizer? Viu, já não está lhe parecendo que o texto até aqui desta descrição foi premeditado? Loucura é saber que todo escritor, como Fernando Pessoa já comentava, é um mero fingidor, escreve só para tirar o que lhe importuna dentro de si em sentenças cheias de imortais palavras. É o que irei tentar fazer, mas não com tanto requinte assim.